segunda-feira, 16 de abril de 2012

Polêmica do metrô de Salvador deve esquentar debates na Câmara

16/04/2012 - Jornal da Midia

Para operar em fase de testes o metrô precisará torrar R$ 40 milhões

A polêmica sobre o metrô de Salvador deve esquentar na sessão desta segunda da Câmara Municipal com a leitura da “carta de repúdio” à ministra do Planejamento, Miriam Belchior, pelo presidente da Comissão de Transportes da Casa, vereador Jorge Jambeiro (PP), um dos que defendem a tese do “metrô já”, mesmo que isso represente “torrar” – como disse o líder do PT, Henrique Carballal – os R$ 40 milhões necessários para a sua operação em “fase de testes”.

Botar os trens para rodar imediatamente traz embutido um animus lucrandi para a campanha eleitoral do candidato a prefeito apoiado por João Henrique.

Por outro lado, é certo que, parado, o metrô permanece como um monumento ao desperdício do dinheiro público. Os trens chegaram desde 2008. Se for deixar para eles rodarem depois de 2014, os técnicos vão precisar de um estoque extra de graxa para manter as engrenagens funcionando até lá.

O resumo de tudo: a cidade acaba pagando agora pelo que fizeram nela lá atrás. E a Justiça ainda está a dever um esclarecimento sobre se houve ou não animus furtandi nas obras do metrô.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Prefeitura de Salvador diz que o metrô irá funcionar em 2012

13/04/2012 - G1

Obras do primeiro metrô da capital baiana já duram mais de dez anos. Ministra disse que nova verba só será liberada com funcionamento do 2º Semestre.

Miriam Belchior apoiou a liberação de mais verba
créditos: TV BA

A Prefeitura de Salvador diz que não vai levar em consideração o que anunciou a ministra do planejamento e garante que os seis primeiros quilômetros do metrô vão funcionar este ano.
 
Miriam Belchior condicionou a liberação de mais verbas para o metrô que está em construção há mais de dez anos desde que ele só entre em funcionamento junto com o metrô a ser construído na Avenida Paralela, o problema é que, segundo um especialista, a obra da paralela não tem como ser concluída até a copa de 2014.
 
“No momento em que o governo federal resolveu apoiar o trecho dois do metrô foi exatamente nessa visão de que nós precisávamos de uma linha maior para dar viabilidade comercial. Nos parece, em princípio, que nós precisamos completar o metrô todo para que valha a pena essa operação”, disse a ministra.
 
As declarações da ministra repercutiram também na Câmara Municipal. Nesta quarta-feira (11), um grupo de vereadores se reuniu para elaborar uma carta em repúdio às declarações da ministra, que deve ser entregue nos próximos dias à presidente Dilma Roussef e ao governador Jaques Wagner. “Tenho certeza que a presidente e o governador quando refletirem não vão concordar com essas declarações dela [da ministra]”, disse o vereador Jorge Jambeiro, presidente da Comissão de Transporte.
 
A prefeitura de Salvador diz que não vai levar em consideração o que anunciou a ministra do planejamento e garante que os seis primeiros quilômetros do metrô vão funcionar ainda em 2012. Miriam Belchior condicionou a liberação de mais verbas para o metrô que está em construção há mais de dez anos ao início da operação do transporte junto com o funcionamento do metrô que vai ser construído na Avenida Paralela.
 
Segundo o professor Elmo Felzemburg, especialista em transporte urbano, a obra da Paralela não tem como ser concluída até a Copa de 2014. Segundo ele, o projeto já está bastante atrasado e não há tempo suficiente para completar a obra que nem começou. "É um projeto complexo, que exige que você estude cada detalhe onde o corredor vai ser atravessado, cada cruzamento que ele [o metrô] vai passar, cada estação que vai ser contemplada. São vários itens que compõem o projeto que é preciso que ele não seja em toque de caixa para atender a Copa.
 
Linhas
 
A linha um do metrô está dividida em duas etapas. A primeira, que liga a Estação da Lapa ao Acesso Norte, já está com os trens nos trilhos. A segunda, do Acesso Norte até Pirajá, de acordo com a Secretaria Municipal de Transporte e Infraestrutura (Setin), 27% das obras já foram executadas. Mas o que pode ser observado na região do metrô é mato e abandono.
 
O secretario José Mattos garante que os seis primeiros quilômetros começam a funcionar este ano. E diz que não acredita na hipótese do governo federal barrar R$ 40 milhões. “Com ou sem o governo do estado, com ou sem o governo federal, nós vamos buscar todos os meios para que a gente coloque para a população este equipamento [o metrô] disponibilizado em julho”, afirmou.
 
O outro projeto, da linha dois do metrô, passando pela Avenida Paralela, e com 22 km, ainda está sendo alterado. Do custo total, um bilhão de reais vem do governo federal. O Estado vai financiar outros R$ 600 milhões, com expectativa de que o transporte fique pronto até a Copa de 2014.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Metrô de Salvador deve operar em junho

04/04/2012 - Portal 2014

Após 12 anos em construção, o primeiro tramo do sistema está em fase final de testes


Trem da primeira linha do metrô (crédito: Mila Cordeiro / Agecom BA)
ampliar

O metrô seria a solução ideal para o transporte de massa em Salvador, mas acabou tornando-se motivo de problemas, e de piadas. Ao longo de 12 anos em construção, a Linha 1, com 6,5 km de extensão no primeiro tramo (Lapa-Acesso Norte), é chamada de tudo pela população: ferrorama, calça-curta e montanha-russa. Tudo menos metrô.

Sob responsabilidade da prefeitura, o sistema metroviário, cujo projeto inicial perfazia 13 km (Lapa-Pirajá), consumiu até agora R$ 720 milhões apenas para a metade do percurso e mais 27% das obras do segundo tramo (Acesso Norte-Pirajá), segundo o secretário municipal de Transportes, José Mattos. O orçamento inicial era de R$ 307 milhões e a entrega de toda a linha estava prevista para 2003.

Mattos afirma que até o final desse semestre, o novo transporte será disponibilizado para a população, nove anos após vencer o primeiro prazo da entrega da obra.“Estamos em fase de comissionamento (testes dinâmicos e estáticos) e pelo planejamento, o metrô será colocado em operação assistida até junho”, garante.

O secretário ressalta que o governo federal assegurou recursos da ordem de R$ 33 milhões para subsidiar as operações ao longo de um ano. “A população deve, inicialmente, adaptar-se a usar o sistema. Só depois, começaremos a cobrar a tarifa”, diz. O custo do bilhete, garante, será o mesmo cobrado no transporte coletivo, além de ser integrado aos ônibus. “No período de duas horas, o cidadão poderá fazer a integração com apenas um bilhete”, comenta.

A longa viagem da construção do metrô, de acordo com Mattos, enfrentou uma série de pedras no caminho (veja Linha do Tempo). Contingenciamento de recursos, mudança dos financiadores e da constelação de instituições envolvidas no projeto, assim como questões políticas estão entre os principais fatores. “O acordo era para que a empresa executora entregasse a chave do trem e a prefeitura colocasse a população dentro, mas uma série de questões relacionadas ao projeto começaram a atrasar o cronograma”, recorda.

Entre os eventos que ralentaram o andamento das obras, afirma Mattos, está a intervenção do Tribunal de Contas da União (TCU) em 2007, quando o órgão determinou a divisão da linha em dois tramos, cada um com 6,5 quilômetros de extensão. “A suspeita de superfaturamento motivou a decisão do órgão federal, mas não se confirmou. Em paralelo, a alimentação irregular de recursos e uma série de paralisações nas obras retardaram todo o processo”, expõe.

Prefeitura de Salvador testa metrô da cidade (crédito: Divulgação)
Além disso, entraves politiqueiros também emperraram a finalização da obra, na opinião do secretário. “A questão política começa a existir quando há uma irregularidade no fluxo de recursos. Se houvesse vontade política, a obra não se arrastaria por tanto tempo”, avalia Mattos.

As obras do segundo tramo, de acordo com ele, devem ser reiniciadas nesse semestre. “A projeção para a conclusão é em 2013. Esse sistema será integrado ao metrô da Paralela, cuja obra está a cargo do governo estadual”, reforça. O orçamento das obras do segundo tramo, diz o titular da Setin, foi elaborado pelo Exército, a pedido do TCU. “Ainda não podemos divulgar os valores porque o Tribunal ainda não recebeu o orçamento. A empresa executora também precisa avaliar a compatibilidade e a viabilidade da execução de acordo com os valores apresentados pelo Exército”, menciona.