domingo, 17 de outubro de 2010

Entrando nos trilhos?

14/10/10 - Tribuna da Bahia 

A energização do metrô de Salvador deve ficar pronta até novembro. A previsão é da Secretaria de Transportes e Infraestrutura da prefeitura (Setin). A implantação das instalações elétricas foi dividida em dois lados (direito e esquerdo). Um já foi concluído, faltando apenas finalizar o segundo. O abertura do serviço ao usuário permanece o primeiro semestre de 2011, em dia e mês a ser definido conjuntamente por Município, Estado e Governo Federal.

Segundo a assessoria da Setin, a data definitiva ainda não pode ser precisada pois vai depender do resultados dos testes. Em agosto - quando recebeu do ministro das Cidades, Márcio Fortes, a chave única que abre os 24 vagões do metrô - o prefeito João Henrique Carneiro falou à Tribuna da Bahia que toda a fase de experimentos deve durar cerca de 10 meses. Ou seja, a entrada em funcionamento deve ocorrer em junho.

Os testes estão sendo feitos pela prefeitura, Siemens e a empresa sul-coreana que fabricou os vagões. Com a linha “viva”, isto é toda eletrificada, vão ser avaliados todas as operações das estações e os veículos. Entre janeiro e fevereiro estão previstos os testes dinâmicos, com veículos em movimento. O treinamento de pessoal deve acontecer a partir de março. Quando entrar em operação, o metrô transportará 20 mil pessoas por dia, num trecho inicial de pouco mais de seis quilômetros.

Prometido em quatro eleições para prefeito – duas por meio do ex-prefeito e o hoje deputado federal eleito Antônio Imbassahy e duas com o atual gestor -, a obra física do primeiro trecho do metrô foi dada como finalizada este ano. Em agosto, os seis trens adquiridos pelo Governo do Estado saíram dos galpões onde ficaram armazenados por dois anos e entraram literalmente nos trilhos.

O metrô da capital baiana começou a ser construído no final de 1999, com previsão de entrega em 2003. Denúncias do Tribunal de Contas da União e problemas no repasse federal atrasaram o projeto. Entre 2002 e 2006, a obra ficou praticamente paralisada. Em seguida, foi anunciada para março e julho de 2007, março, agosto e dezembro de 2008, junho, julho e outubro de 2009 e setembro de 2010.

Gestão do serviço – Em Paralelo à fase experimental, outro debate envolve o imbróglio do metrô: a gestão do serviço. “Os principais candidatos a governador defenderam a estadualização do metrô. Agora a gestão é com o governo do estado”, brincou uma fonte ligada à prefeitura. Reeleito no pleito, o governador Jaques Wagner reafirmou o compromisso, através de sua assessoria. A discussão interna no Executivo estadual envolve ainda as secretarias do Planejamento e de Desenvolvimento Urbano.

Um dos motivadores da estadualização é o subsídio à tarifa, estimada em torno de R$ 15. O governador quer envolver a União na resolução do problema. “O Governo do Estado não tem recursos para arcar com este subsídio sozinho, muito menos a prefeitura”, argumentou a assessoria do governador. O compromisso do Município é uma tarifa ao público no máximo igual à passagem de ônibus.

A estadualização envolveria ainda outras ações. Entre elas, a conclusão da segunda metade dos 12,5 quilômetros do metrô previstas no projeto inicial. Outra proposta é a interligação com o Sistema Metropolitano de Transportes (ônibus, trens do Subúrbio e o BRT – obra prevista na preparação para a Copa 2014, interligando o aeroporto ao centro de Salvador), tanto na operação como na tarifação. O governo baiano estuda ainda promover novas mudanças no Sistema Metropolitano, como a transferência da Rodoviária, numa negociação com a Sinart, concessionária que opera o equipamento.


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