08/04/2013 - A Tarde
Entrou em operação neste sábado, 6, um dos trens reformados e com ar- condicionado da linha Calçada-Paripe.A entrega de três composições ferroviárias - cada uma tem três vagões- reformadas e climatizadas é a última ação da prefeitura antes de repassar a operacão do sistema de transporte para o governo do Estado.
Prefeitura e governo estadual entraram em acordo, na última sexta-feira, 5, sobre a gestão do sistema de transporte coletivo da capital baiana. O sistema de trilhos (metrô e trens) ficou com o Estado.
"Com esse investimento da prefeitura, estamos dando uma satisfação à população antes de passar o sistema para o Estado", afirmou o prefeito ACM Neto que fez ontem uma viagem na primeira composição reformada.
Reforma - Por meio de convênio com a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), os sistemas mecânico e elétrico dos três veículos foram reformados. A climatização é o grande destaque da reforma. Os outros dois trens vão entrar em circulação já sob gestão do Estado. A previsão da prefeitura é que um comece a operar em 60 dias e o outro em 90 dias.
A novidade foi recebida com receio pelos usuários do sistema. O medo é que a modernização aumente a tarifa de R$ 0,50. "Pode até melhorar, mas o problema é que, provavelmente, irão aumentar o preço", opina Iab Figueiredo.
O valor da passagem é o principal atrativo para quem usa o sistema de trem que liga a região da Calçada aos bairros do subúrbio. Além disso, os passageiros reclamam que os intervalos de viagem entre um trem e outro, geralmente, é muito demorado.
" Temos que esperar, em média, 50 minutos por cada um", reclama Veronice Amorim,. Ela conta que há 25 anos utiliza o sistema ferroviário do subúrbio. Os usuários também reclamam que os trens não circulam aos domingos.
De acordo com passageiros, no sábado, o primeiro veículo só sai às 12h40. Muitos acabam optando por fazer os percursos de ônibus, que são bem mais longos.
Estações - A degradação da infraestrutura das estações também é motivo de reclamação. Segundo Veronice Amorim, a construção de uma estação em Plataforma seria o ideal. "O trajeto que eu faço a pé para chegar à estação de Paripe é longo. À noite, é complicado por causa de trechos desertos, onde acontecem muitos assaltos", conta.
Com estruturas de ferro e concreto expostas logo na fachada, a Estação Ferroviária da Calçada, que já foi considerada a mais bonita da capital baiana, mostra sinais de abandono. O lugar, que antes abrigava um museu sobre a história do sistema ferroviário da cidade, não oferece agora mais do que alguns bancos a quem espera ali pela chegada do transporte.
"Antigamente, era grande a movimentação comercial aqui. Tinha de tudo. A mudança final foi quando tiraram o museu", conta Antônio Lopes, que há anos frequenta a estação. "Depois da greve dos ferroviários, a situação melhorou um pouco, mas hoje já voltaram os problemas de estrutura e desorganização, principalmente no desembarque", completa Adriele Barbosa.
Fonte: A Tarde - BA
Publicada em:: 08/04/2013
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