quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Metrô: CCR fará a manutenção dos trens e do trecho inicial

29/08/2013 - A Tarde - Salvador

O presidente da CCR, Renato Alves Vale, disse que o contrato de concessão do sistema de metrô de Salvador prevê que a empresa arque com os custos de reparos pelo tempo em que os trens e o trecho inicial de seis quilômetros permaneceu parado.

Ele esteve ontem com técnicos da empresa e do governo para a primeira reunião depois que a companhia venceu o leilão do sistema realizado na última semana. Também se encontrou om o governador Jaques Wagner.

"Nós fizemos uma vistoria bastante detalhada para saber o quanto é que custa deixar tudo isso em ponto de bala. Está tudo em nossos custos. É responsabilidade nossa e vamos fazer. Tem coisas para fazer? É claro", disse.

Os custos do reparo, entretanto, só deverão ser divulgados após um levantamento mais cuidadoso. "Depois disso, poderei mostrar na ponta do lápis quanto vai custar".

Segundo ele, a empresa decidiu investir no sistema por ter segurança de que o metrô de Salvador é viável economicamente.

"Nós temos muito cuidado porque investimos com o dinheiro dos outros. O negócio tem que ser interessante para o investidor, governo e usuários. Estudamos o projeto quase dois anos e estamos confortáveis de fazer um negócio equilibrado", acredita.

Ele acredita que a desistência dos outros três consórcios que disputavam a obra deve estar relacionada ao cenário econômico.

"Estava todo mundo interessado. O que eu imagino é que a vida muda. Em seis meses, as condições de financiamentos, de investimento, são outras. Nós fizemos um esforço grande para chegar ao deságio que oferecemos. Eu imagino que os outros não entraram porque nas contas deles não deu", acredita.

Início das obras

A previsão da CCR é iniciar as obras assim que for assinado o contrato de concessão do sistema para a empresa, em outubro. Serão contratados 600 trabalhadores para as obras. Durante a fase de operação do sistema, o metrô vai empregar 1,1 mil trabalhadores diretos.

A operação assistida no período da Copa do Mundo de 2014, com um média de nove mil passageiros por dia entre as estações da Lapa e do Retiro, foi confirmada pelo presidente da CCR.

"Estes prazos são viáveis. São extremamente arrojados, mas é possível alcançar", disse, ressaltando que dependerá de fatores como licenciamentos ambientais e repasses de recursos nos períodos corretos.

O sistema de transporte de massa da Região Metropolitana de Salvador, com os 46 quilômetros de metrô, vias alimentadoras, com ônibus tipo BRT e veículos leves sobre trilhos (VLT), deverá ser concluído 42 meses após o início das obras - em abril de 2017, portanto. "Em 42 meses todo o sistema deverá estar concluído", diz do secretário da Casa Civil, Rui Costa.

Entrevista: Renato Alves Vale, presidente da CCR

De que maneira as construtoras Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa participam da CCR?

O que nós temos são os grupos como acionistas, não as construtoras. O grupo Camargo Corrêa, por exemplo, investe em calçados, cimento, em energia elétrica e em concessões, com a gente. Então, o grupo tem participação, mas a construtora tem zero de participação. A mesma coisa acontece com a Andrade Gutierrez. Além disso, nós investimos R$ 1,5 bilhão por ano e não temos nada com eles. Não quer dizer que a gente não possa contratá-los.

Para o metrô, que é uma PPP, vocês podem escolher quem quiser?

A realidade é um pouco diferente. O edital exigia um compromisso formal com construtoras habilitadas a realizar o investimento do tipo. Nada mais natural que eu fizesse esse compromisso formal com a Camargo Corrêa e a Andrade Gutierrez. Nossa intenção é contratá-los, sim, mas não necessariamente para tudo.

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